Cortar 15% das calorias pode retardar o envelhecimento

Medida impacta em mecanismos como o processo oxidativo e o metabolismo

Cortar as calorias que você consome pode retardar o processo de envelhecimento e proteger contra doenças relacionadas à idade. É o que diz uma pesquisa publicada no jornal especializado Cell Metabolism. Em um dos primeiros estudos desse tipo em humanos, cientistas do Instituto de Pesquisas Biomédicas de Pennington, nos Estados Unidos, descobriram que o corte de calorias em 15% leva à perda de peso, reduz o estresse oxidativo (processo que tem sido vinculado ao diabetes, câncer, doença de Alzheimer e outras condições relacionadas à idade) e ativa o metabolismo. “Reduzir a ingestão de calorias traz benefícios para a saúde de todas as pessoas, independentemente de seu estado atual de saúde”, disse a médica Leanne M. Redman, principal autora do estudo, a CNN.

Depois de apenas um ano com uma dieta reduzida em calorias, os participantes do estudo viram suas taxas metabólicas caírem significativamente. A taxa continuou baixa no segundo ano e levou a uma diminuição geral no estresse oxidativo.

Durante a primeira fase do estudo, os pesquisadores da Universidade de Pennington, nos Estados Unidos, e do Instituto Nacional do Envelhecimento, responsável pelo financiamento do projetorealizaram experimentos iniciais para descobrir que tipo de restrição calórica os voluntários poderiam fazer para alcançar os resultados esperados.

Outra pergunta a ser respondida era que tipo de restrições calóricas impactariam nos biomarcadores de envelhecimento, que são medições biológicas simples que diferenciam pessoas que vivem mais tempo (90 a 100 anos) de pessoas que vivem a expectativa de vida média. “Sabemos que os indivíduos de vida mais longa são capazes de manter níveis mais baixos de insulina e de açúcar no sangue, além de terem níveis menores de temperatura corporal em comparação com pessoas que não vivem tanto quanto eles”, disse Leanne.

A equipe da Universidade de Pennington manteve a pesquisa focada na redução de calorias em 25% apenas com dieta. Os cientistas recrutaram 53 pessoas entre 21 e 50 anos, que não eram obesas, e reduziram sua ingestão de calorias durante um período de dois anos. “Ao longo de todo o estudo, os voluntários comeram o que gostaram, mas também tomaram vitaminas e suplementos para garantir que suas dietas fossem ‘nutricionalmente adequadas’”, disse Leanne.

Ao final dos experimentos, os cientistas notaram que os participantes perderam 9kg até o final do primeiro ano, mantendo essa perda durante o segundo.  “As pessoas atingiram 15% de restrição calórica, real, ao longo dos dois anos. Apesar de não ser a redução esperada, os resultados da menor quantidade corte calórico foram ‘bastante notáveis’”, afirmou a pesquisadora. Ela revelou ainda que a dieta também causou uma redução na taxa metabólica em cerca de 10%.

Diminuição do Metabolismo

Um metabolismo retardado significa que o corpo se tornou mais eficiente no uso de combustível – seja de alimento ou oxigênio – para obter energia. Segundo Leanne, toda vez que geramos energia no corpo, geramos subprodutos. Estes subprodutos do metabolismo normal, também chamados de radicais de oxigênio, se acumulam no corpo e, ao longo do tempo, causam danos às células e órgãos, e esse dano é o que está ligado a uma expectativa de vida menor.

“Restringir calorias pode retardar seu metabolismo basal, e se os subprodutos do metabolismo aceleram o processo de envelhecimento, a restrição calórica sustentada por vários anos pode ajudar a diminuir o risco de doenças crônicas e prolongar a vida”, explicou Leanne. Ainda não está claro quantos anos a mais é possível ganhar com a redução de calorias, mas a pesquisadora acredita que o corte de calorias em 25% pode prolongar a expectativa de vida em até sete anos.

De acordo com a ela, o truque para alcançar esse resultado é seguir a dieta mesmo depois de perder peso. Embora pareça uma tarefa difícil, é necessário manter a rotina para que a medida traga os benefícios esperados para as causas secundárias do envelhecimento. “Estas são doenças relacionadas ao estilo de vida, como doenças cardíacas, diabetes, derrame, etc. Vimos que biomarcadores como níveis de açúcar no sangue, insulina e lipídios também melhoraram com a restrição de calorias neste grupo de pessoas já saudáveis”, disse.

 Fonte: REVISTA VEJA- https://veja.abril.com.br/saude/cortar-15-das-calorias-pode-retardar-o-envelhecimento/

 

Cuidados com a saúde no verão

Apesar da diversão, o calor em excesso pode oferecer riscos à saúde. Segundo o diretor clínico e cardiologista do Hospital Santa Paula, Otavio Gebara, os principais problemas são: sudorese excessiva, dor de cabeça, vertigem, insônia, cansaço, desidratação, alergias na pele, problemas respiratórios e intestinais, entre outros, afetando principalmente crianças, idosos e grávidas.

“No sistema respiratório, as temperaturas extremas e as alterações de umidade provocam a retenção e espessamento do muco (catarro), traduzindo-se em sintomas de tosse e expectoração. Os pacientes portadores de asma brônquica e doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) são as principais vítimas”, diz o especialista.

O médico ressalta que a pele pode sofrer irritações, queimaduras e desidratação. Também podem ocorrer mudanças no hábito intestinal, cólicas e vômitos, não esquecendo que com o calor os alimentos sofrem uma decomposição mais acelerada, por isso é preciso estar atento ao armazenamento e refrigeração na hora de consumi-los.

“Em casos extremos, o indivíduo pode desenvolver hipertermia, caracterizada pelo aumento excessivo da temperatura corporal. Se não identificada e tratada com rapidez, o paciente pode ter consequências mais graves como insuficiência respiratória, insuficiência renal aguda, insuficiência hepática e vir a falecer”, explica Gebara.

Para se prevenir dos efeitos nocivos que o sol e o calor podem causar, o médico do Hospital Santa Paula dá algumas dicas do que fazer para aproveitar o verão com saúde e disposição:

1. Hidrate-se: o recomendado é ingerir no mínimo dois litros de água por dia (exceto pacientes com restrições médicas);

2. Use roupas com tecidos mais leves e frescos, de preferência de cores claras, que absorvem menos calor;

3. Ande com lenços umedecidos na bolsa ou na mochila para refrescar a pele;

4. Evite a exposição solar depois entre 10h e 17h e sempre utilize protetor solar no mínimo com fator 30 nas partes que ficam expostas ao sol;

5. Tenha uma dieta balanceada e não coma alimentos de difícil digestão, principalmente à noite;

6. Vaporizadores e bacia com água nos ambientes são medidas paliativas que podem oferecer uma sensação de conforto.

7. Evite banhos muito quentes ou muito frios.

Fonte: http://www.segs.com.br/saude/47590-cuidados-com-a-saude-no-verao.html

 

Quedas podem indicar problemas mais graves em idosos

A queda de uma pessoa idosa pode ir além da falta de equilíbrio e sinalizar visão reduzida, arritmia ou até pneumonia. Mesmo quando não há lesões, as razões do tombo devem ser investigadas.

Por Léo Mendes

Quando Sebastião de Azevedo, de 85 anos, caía dentro de casa, a família pensava que era apenas falta de atenção. Mas o desequilíbrio se tornou frequente e mostrou que algo poderia estar errado com a saúde do idoso. De acordo com a filha, Vera Lúcia Maria de Azevedo, o médico descobriu, após exames, que as quedas eram os primeiros sintomas de uma doença grave.

“Ele caía muito, de um tempo pra cá, a medida que ele foi envelhecendo, nós não tínhamos a menor noção que poderia ser essas doenças da velhice mesmo. E nós levamos ele ao médico, e o médico nos disse que era Alzheimer. Então quando tirou os medicamentos e acertou os outros, ele virou outra pessoa”, lembra Vera Lúcia.

Segundo o Ministério da Saúde, 40% das pessoas com mais de 80 anos têm em média uma queda por ano. Entre os idosos que vivem em casas de repouso, essa taxa é ainda maior: 50%. De acordo com o geriatra e professor da UFMG, Flávio Chaimowicz, mesmo sendo comum o idoso cair, a causa deve ser investigada.

“Vamos imaginar, ele está com uma visão ruim por causa de  catarata, ele tá com problema nos pés, com osteoartrose, e muitas vezes idoso mais velho, com pneumonia não tem febre e o primeiro sintoma da pneumonia pode ser uma queda. Ou então uma arritmia, por exemplo, o idoso pode sofrer uma queda causada por uma diminuição do fluxo sanguíneo no cérebro”, afirma o geriatra.

O uso excessivo de medicamentos, segundo o médico, também deve ser observado. Calmantes e remédios para dormir podem causar sedação durante o dia. A cautela vale também para o tratamento de hipertensão.

“Os idosos com 80, 90 anos, não precisam ter a mesma pressão arterial de adultos. Eles não precisam ter 12×8. Reduzir um pouco a dose do anti-hipertensivo vai evitar essa queda de pressão quando o idoso fica de pé”, recomenda o médico.

Além das doenças, o ambiente também pode ser responsável pelos tombos. Foi o caso da Maria Aparecida Barreto Marra, de 79 anos. Os diversos tapetes e os degraus faziam ela cair com frequência.

“Com a idade a gente perde, eu tenho desequilíbrio, já caí na rua e já caí dentro de casa. Às vezes quando vou subir uma escada, eu tenho que segurar, quando eu vou descer é segurando. Eu sempre fui muito ativa, sabe? E sinto hoje que eu estou ficando limitada”, afimar Maria Aparecida.

Para tornar um ambiente adequado a idosos, é essencial aumentar a iluminação dos corredores, além de  evitar tapetes e fios elétricos soltos. No banheiro é importante a instalação de barras de apoio nas paredes e, em alguns casos, uma cadeira resistente para o banho. Para os especialistas, as quedas podem ser evitadas, mas de modo algum devem impedir o idoso de voltar à rotina e fazer o que gosta.

Fonte: http://cbn.globoradio.globo.com/editorias/ciencia-saude/2016/10/22/QUEDAS-PODEM-INDICAR-PROBLEMAS-MAIS-GRAVES-EM-IDOSOS.htm

Idosos e planos de saúde

Idosos: 1/3 das ações contra planos

Ao completar 70 anos, mensalidade de Piccirillo passou de R$ 727 para R$ 1.100

Ao completar 70 anos, mensalidade de Piccirillo passou de R$ 727 para R$ 1.100

Embora os idosos representem apenas 12,5% dos clientes de convênios médicos, eles são responsáveis por 31% das ações judiciais contra planos de saúde coletivos, revela estudo da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) que analisou 4 mil processos movidos na capital entre 2013 e 2014.

Negativa de cobertura, reajustes de mensalidade e problemas em planos empresariais após a aposentadoria são algumas das principais reclamações dos clientes ao Judiciário.

Para Mário Scheffer, professor do Departamento de Medicina Preventiva da FMUSP e coordenador do estudo, o alto número de ações movidas por idosos demonstra que a regulação do setor de planos de saúde não é suficiente para proteger esse grupo etário. “Esse modelo de saúde suplementar não é adequado para o envelhecimento da população. É um mercado que tende a afastar ou excluir esses idosos por meio de reajustes abusivos ou até do cancelamento dos planos quando a pessoa começa a ficar doente. E aí entra uma omissão da ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) ao permitir isso”, diz.

O especialista ressalta que, com a queda do número de operadoras que comercializam planos individuais, os idosos têm contratado cada vez mais planos coletivos por adesão, modalidade em que o índice de reajuste não é limitado pela ANS e cujo contrato pode ser cancelado pela operadora. “É necessária uma fiscalização mais a favor dos direitos dos usuários”, defende Scheffer.

Dinheiro
Foi por causa de um reajuste de mensalidade que o aposentado Domingos Piccirillo Netto, de 75 anos, resolveu entrar na Justiça contra seu plano de saúde. Ao completar 70 anos, a mensalidade do convênio passou de R$ 727 para quase R$ 1.100, alta de 51%. “Era muito dinheiro, ia ficar muito pesado para pagar. Entrei com o pedido e o juiz deferiu a liminar na mesma semana, mantendo o preço, mas a operadora recorreu e o processo ainda está correndo até hoje”, conta.

Advogado do escritório Vilhena Silva, Rafael Robba explica que a resolução da ANS que regula o reajuste por faixa etária é muito ampla e não garante proteção ao consumidor. “Pela resolução, o reajuste para a última faixa etária não pode ser mais do que seis vezes superior ao da primeira faixa etária, mas isso já é muito. Há casos de operadoras que aplicam reajuste de 100%”, afirma.

A ANS diz que, em caso de dúvidas quanto aos porcentuais de reajuste, o consumidor pode contatar a agência, que aplica multas se houver irregularidades ou abusos.

Processos quintuplicaram no Estado em 5 anos
Em cinco anos, o número de ações judiciais contra planos de saúde quintuplicou em São Paulo, segundo o estudo da FMUSP. Ao levantar todos os processos contra operadoras no Estado, os pesquisadores verificaram que o número de ações julgadas em segunda instância passou de 2.294, em 2010, para 11.480 em 2015, alta de 400%. A alta foi muito superior ao índice de crescimento de clientes de planos de saúde no Estado. No mesmo período, passou de 17,3 milhões para 18,3 milhões o número de beneficiários, avanço de 5%.

Coordenador do estudo, o professor da FMUSP Mário Scheffer afirma que o excesso de processos contra planos mostra a fragilidade do sistema de saúde privado no respeito aos direitos do consumidor. “É um sinal de continuidade de práticas abusivas por parte das empresas.”

Para o especialista, deveria haver um diálogo maior entre a Agência Nacional de Saúde Suplementar e o Judiciário. “Seria importante aprimorar a atividade regulatória ao aproximá-la um pouco da interpretação da Justiça. Se a maioria das decisões dá ganho de causa para o consumidor, a ANS tem de estar atenta a isso”, afirma.

Sobre o excesso de ações, principalmente entre idosos, a Associação Brasileira de Planos de Saúde (Abramge) diz que aguardará a publicação do estudo para entender a metodologia e diz que os beneficiários maiores de 59 anos fazem mais 40,1% de consultas, 76,8% de exames, 96,7% de internações e 110,1% de terapias do que as demais faixas etárias.

Demências- quais os sinais

Demência

A demência é uma doença mental caracterizada por prejuízo cognitivo que pode incluir alterações de memória, desorientação em relação ao tempo e ao espaço, raciocínio, concentração, aprendizado, realização de tarefas complexas, julgamento, linguagem e habilidades visuais-espaciais. Essas alterações podem ser acompanhadas por mudanças no comportamento ou na personalidade (sintomas neuropsiquiátricos).

Os prejuízos, necessariamente, interferem com a habilidade no trabalho ou nas atividades usuais, representam declínio em relação a níveis prévios de funcionamento e desempenho e não são explicáveis por outras doenças físicas ou psiquiátricas. Muitas doenças podem causar um quadro de demência. Entre as várias causas conhecidas, a Doença de Alzheimer é a mais frequente.

Quais são os sinais da Doença de Alzheimer?

O paciente com Alzheimer pode apresentar:

  • Perda de memória recente com repetição das mesmas perguntas ou dos mesmos assuntos.
  • Esquecimento de eventos, de compromissos ou do lugar onde guardou seus pertences.
  • Dificuldade para perceber uma situação de risco, para cuidar do próprio dinheiro e de seus bens pessoais, para tomar decisões e para planejar atividades mais complexas.
  • Dificuldade para se orientar no tempo e no espaço.
  • Incapacidade em reconhecer faces ou objetos comuns, podendo não conseguir reconhecer pessoas conhecidas.
  • Dificuldade para manusear utensílios, para vestir-se, e em atividades que envolvam autocuidado.
  • Dificuldade para encontrar e/ou compreender palavras, cometendo erros ao falar e ao escrever.
  • Alterações no comportamento ou na personalidade: pode se tornar agitado, apático, desinteressado, isolado, desinibido, inadequado e até agressivo.
  • Interpretações delirantes da realidade, sendo comuns quadros paranoicos ao achar que está sendo roubado, perseguido ou enganado por alguém. Esquecer o que aconteceu ou o que ficou combinado pode contribuir para esse quadro.
  • Alucinações visuais (ver o que não existe) ou auditivas (ouvir vozes) podem ocorrer, sendo mais frequentes da metade para o final do dia.
  • Alteração do apetite com tendência a comer exageradamente, ou, ao contrário, pode ocorrer diminuição da fome.
  • Agitação noturna ou insônia com troca do dia pela noite.

Os sintomas não são os mesmos para todos os pacientes com demência, mesmo quando a causa de demência é a mesma. Nem todos os sintomas aparecerão em todos os pacientes. Como uma doença de curso progressivo, o quadro clínico do paciente com demência sofre modificações. Com a evolução da doença, há o aparecimento de novos sintomas ou o agravamento dos sintomas existentes.

Outras demências

Além da Doença de Alzheimer, existem muitos outros tipos de demência.

Demência vascular 

Pode ser considerada a segunda maior causa de demência. A demência vascular é causada por lesões cerebrais de origem vascular e as manifestações clínicas dependem da localização e do número de lesões cerebrais. As lesões vasculares cerebrais podem ocorrer como infartos silenciosos, que não resultam em ataque reconhecido clinicamente, e como acidentes vasculares encefálicos, conhecidos popularmente como “derrame”. Os fatores de risco são: hipertensão arterial, diabetes mellitus, hipercolesterolemia, doença cardiovascular, fibrilação atrial, tabagismo, trombose, abuso de álcool e fatores genéticos.

Demência com corpos de Lewy

Causada pela presença de alterações cerebrais chamadas de corpos de Lewy. Os critérios para o diagnóstico clínico da doença incluem demência com sintomas da Doença de Parkinson (rigidez da musculatura, movimentos mais lentos; tremores são mais raros); alucinações visuais (ver coisas que não existem, geralmente pessoas, animais, objetos e crianças) e oscilação dos sintomas ao longo do dia. Os sintomas parkinsonianos e alucinações ocorrem no estágio inicial, quando alterações importantes na memória podem não ocorrer. Outras características da doença incluem quedas repetidas, desmaios, delírios (acreditar em coisas que não existem), outras formas de alucinações (auditivas, ouvir coisas que não existem) e sensibilidade importante, com reações adversas intensas, ao uso de medicações para delírios e alucinações (antipsicóticos).

Demência na Doença de Parkinson

Cerca de 40% dos pacientes com Doença de Parkinson podem evoluir para quadros demenciais. Também é causada pela presença de corpos de Lewy, mas estão presentes em locais diferentes do cérebro. Para esse diagnóstico, é necessário que o quadro demencial ocorra após um ano do início do quadro da Doença de Parkinson. Se a demência ocorrer em menos de um ano após o início dos sinais de Parkinson, a hipótese clínica principal passa a ser de demência por corpos de Lewy. A atenção é uma das funções mais prejudicadas. A memória também pode estar afetada, mas em um grau menos intenso do que é observado na Doença de Alzheimer. Outra capacidade muito comprometida é a de planejar, organizar e regular um comportamento motor (função executiva). Também são comuns os quadros de depressão e de alucinações visuais (ver animais, pessoas).

Demência frontotemporal

Quadro caracterizado por deterioração na personalidade e na cognição. A alteração típica no exame de neuroimagem é a redução da região frontal e temporal do cérebro. As mudanças no comportamento são mais importantes que os problemas na memória e orientação. As mudanças podem incluir: desinibição, impulsividade, inquietude, perda do julgamento, oscilação emocional, apatia, desinteresse, perda de motivação, isolamento, sentimentalismo excessivo, hipocondria, comportamento exaltado, choro fácil, risos inadequados, irritabilidade, comentários sexuais inadequados, atos indecentes, comportamento muito inadequado como urinar em público, alterações importantes do hábito alimentar (por exemplo, preferência por doces), negligência da higiene pessoal. As alterações cognitivas são menos evidentes que na Doença de Alzheimer e ocorrem após dois anos, aproximadamente, do início das alterações de comportamento. Ansiedade e depressão são comuns. O paciente pode apresentar atos violentos, comportamentos ruins que não apresentava antes da doença.

Fonte: ABRAz- associação brasileira de Alzheimer- http://abraz.org.br/sobre-alzheimer/demencia

CUIDADOS COM ACAMADOS

Para minimizar o desconforto e a vergonha que as pessoas acamadas muitas vezes sentem, existem cuidados básicos a seguir, principalmente no que toca aos posicionamentos, à alimentação, à higiene e à saúde, para que o doente possa sentir-se sempre confortável e seguro.

  1. Para quem passa longos períodos de tempo numa cama, convém que esta esteja sempre limpa e cómoda. Utilize lençóis 100% algodão – evita a transpiração do doente e podem ser lavados a altas temperaturas, o que é importante se a pessoa tiver uma doença infecciosa ou se sofre de incontinência. No Verão, coloque uma manta de algodão leve e, no Inverno, um cobertor de lã mais pesado.
  1. Se necessário, mude diariamente os lençóis da cama. Se não, mantenha-os sempre bem esticados e livres de migalhas ou outros vestígios de comida. Os lençóis enrugados são desconfortáveis, podem restringir a circulação e contribuir para a formação de feridas.
  1. O utente deve sair da cama para que esta possa ser mudada, permitindo-lhe também realizar algum exercício e distrair-se. Caso não seja possível, mudar os lençóis requererá alguma destreza:
    • Retire a almofada e o lençol de cima;
    • Com uma mão no braço ou ombro e outra na perna dobrada, rode o doente para o bordo da cama, puxando-o na sua direcção;
    • Certifique-se que o doente está seguro e numa posição fixa;
    • Retire o lençol de baixo e liberte-o até às costas do doente;
    • De seguida, coloque o lençol limpo, aproximando-o das costas do doente;
    • Agora, desloque o doente para o outro lado da cama, utilizando a mesma técnica;
    • Retire o lençol sujo e estique o lençol de baixo completamente;
    • Mude a fronha da almofada;
    • Posicione o doente novamente e certifique-se que está confortável;
    • Termine com o lençol de cima e a manta ou cobertor.

 

  1. Para o doente poder comer, ver televisão, ler ou receber visitas, será necessário sentá-lo na cama, o que pode ser feito por uma ou duas pessoas. Se o fizer sozinho, peça ao doente para dobrar as pernas, agarrando-o com um braço por baixo destas e outro por baixo das axilas. No momento da mudança de posição, e para facilitar a mesma, o doente deve enterrar os pés e fazer a máxima força possível com as pernas. Se tiver ajuda, devem posicionar-se um de cada lado do doente; colocando cada um o braço debaixo dos glúteos do acamado e dando as mãos. De seguida coloquem o outro braço por de trás das suas costas, até ao ombro oposto. Peça ao doente para dobrar as pernas, levantar a cabeça e colocar os seus braços por cima dos vossos ombros. Por fim, e tal como um “baloiço”, erga a pessoa pelas costas e empurre os glúteos para baixo.
  1. Ajudar um doente a levantar-se e a deslocar-se para uma poltrona é outra prática comum que requer força e firmeza:
    • Comece por sentar a pessoa no bordo da cama, colocando um braço por baixo dos ombros e outro por baixo dos seus joelhos, que devem estar ligeiramente flectidos;
    • O doente deve colocar os braços em volta do seu pescoço ou ombros e a rotação é feita com a ajuda dos glúteos;
    • Já sentado, coloque uma toalha ou um pano grande em volta da cintura do acamado e agarre-o pelas extremidades;
    • De seguida, deve apertar, com os seus pés, os joelhos e os pés do doente, de forma a bloqueá-los;
    • Agora, com a ajuda do pano, que deve ser puxado firmemente pelas pontas, pode levantá-lo, apertando-o contra si;
    • Segue-se a deslocação para a poltrona, que deve ser feita com passos muito pequenos, sempre com recurso ao pano e com o doente encostado a si;
    • Para sentar a pessoa na poltrona, basta inverter o movimento anterior: de braços esticados e joelhos flectidos, ambos devem-se afastar e abaixar simetricamente, até o doente se conseguir sentar;
    • Verifique se o doente está confortável, apoiando-o com almofadas se necessário.
    • Para voltar a deitar a pessoa, inverta o processo.

 

  1. Mudar frequentemente o acamado de posição é necessário para evitar, entre outras complicações, as feridas. Posicione o doente próximo de si, cruzando os seus braços por cima do peito e a perna mais próxima por cima da outra; se vai virar o doente para o outro lado, mantenha-se do mesmo lado da cama; se o quiser virar na sua direcção, vá para o lado oposto; coloque uma mão no seu ombro e outra na anca, fazendo-o rolar na sua direcção ou afastando-o de si; verifique se está bem posicionado e acomode-o com almofadas.
  1. Dar banho a um acamado é muito importante: para além dos cuidados higiénicos essenciais, proporciona uma sensação de bem-estar e de relaxamento. A si, permite-lhe avaliar o estado da pele da pessoa, aplicar um creme hidratante e ministrar pequenas massagens que activam a circulação.
    • Para começar, puxe os lençóis para trás, ajude o doente a despir-se e coloque-o junto de si, num dos lados da cama;
    • Utilize uma toalha para o tapar e outra para o secar;
    • Peça ao doente para testar a água e inicie o banho com recurso a uma luva própria: comece pela cara, mas não utilize sabonete nesta zona;
    • Passe para a zona do peito, lave, passe por água e seque;
    • Estenda os seus braços (um de cada vez) e coloque uma toalha debaixo do mesmo para o elevar. Enquanto repete todo o processo, deixe-o imergir as mãos no recipiente para lavar as unhas;
    • Tape o peito com a toalha e repita o processo na zona abdominal;
    • Se houver necessidade, pode trocar a água do recipiente;
    • Utilizando a mesma técnica com a toalha, lave e seque as pernas, imergindo também os pés no recipiente;
    • Troque novamente a água;
    • Posicione o acamado de lado e cubra o restante corpo enquanto lava as costas, nádegas e ancas;
    • Por fim, vista o acamado.

 

  1. Os mesmos cuidados devem ser seguidos no que toca à higiene oral, a lavar o cabelo, a fazer a barba e ao tratamento das unhas (mãos e pés).
  1. As feridas são comuns nos acamados, por isso, quando surgem, é necessário tratá-las imediatamente para prevenir infecções. As feridas devem ser bem limpas com água e sabão ou uma solução anti-séptica, seguida da aplicação de uma pomada antibiótica e depois tapadas com gaze esterilizada. Se, após uma semana, a ferida não estiver cicatrizada, se a zona adjacente estiver sensível, vermelha ou inchada ou se a pessoa se queixar de dores, consulte o seu médico.
  1. Organizar e administrar correctamente os medicamentos da pessoa acamada é crucial. Para que não haja enganos em termos de dosagem e horários de toma, mantenha uma lista actualizada e utilize as caixas de distribuição de comprimidos como auxiliar.
  1. Servir as refeições a uma pessoa acamada também exige cuidados próprios: posicione-a de forma adequada, ajude-a a lavar as mãos e estenda uma toalha no seu peito; opte por utilizar uma colher, que é mais segura, e uma pequena palhinha no copo, para que possa beber mais facilmente; alterne os alimentos sólidos com os líquidos e mantenha a sua boca sempre limpa. No final, lave-lhe as mãos, a cara e os dentes.
  1. Para os momentos normalmente relacionados com as idas à casa de banho, pode assistir o acamado com o auxílio de uma arrastadeira.
    • Coloque umas luvas e aqueça a arrastadeira;
    • Ajude a pessoa a posicionar-se correctamente – com os joelhos flectidos e os pés pousados na cama, eleve as ancas e coloque a arrastadeira, ajudando a pessoa a sentar-se;
    • Se não for possível, vire a pessoa de lado, coloque a arrastadeira na posição correcta e volte a virar o acamado;
    • Cubra o acamado, coloque o papel higiénico à sua beira e, se possível, ausente-se, dando à pessoa alguma privacidade;
    • Se for necessário, ajude o acamado a limpar e a lavar-se;
    • Lave e desinfecte a arrastadeira;
    • Deite fora as luvas que utilizou.

 

  1. Para limitar a propagação de bactérias e de infecções, deve lavar as mãos antes e depois de lidar com pessoas acamadas.
  1. Enquanto estiver a cuidar, a alimentar, a dar banho ou a mudar o acamado de posição, é importante falar continuamente com ele, explicando o que está a fazer e o porquê. Desta forma, consegue tranquilizá-lo e obter a sua colaboração, o que acaba por facilitar todos os movimentos. Nunca apresse um doente acamado, respeite o seu próprio ritmo. Tente motivar a pessoa para fazer o máximo que pode sozinha.
Fonte: http://cuidamos.com/artigos/cuidados-ter-com-pessoa-acamada

H1N1 volta e exige cuidados com bebês, grávidas e idosos

Em 2015, não houve nenhum registro da doença na Bahia, mas no início de 2016, ela está e volta

Carmen Vasconcelos (carmen.vasconcelos@redebahia.com.br)
03/04/2016 11:17:00

Ela andava escondida nos últimos anos, no entanto, há cerca de vinte dias um aumento inesperado de procura por atendimento nas emergências e postos de saúde de Salvador despertou o alarme para o reaparecimento da gripe H1N1. Os sintomas são os mesmos de uma gripe forte: falta de ar, desconforto respiratório, aumento da frequência respiratória e queda de pressão. A diferença é que a sintomatologia sistêmica, que atinge o corpo e não só as vias respiratórias, tende a se complicar e pode levar à morte.

Para se ter uma ideia da gravidade da situação, vale lembrar que do início do ano até agora, 10 casos da doença foram confirmados e duas mortes foram atribuídas a essa variação do Influenza que tende a complicar, especialmente em pessoas com doenças cardíacas, complicações neurológicas, imunodeprimidos, crianças muito novas e maiores de 60 anos.

De acordo com o coordenador da Vigilância Epidemiológica do Município, Ênio Soares, Salvador computou 58 casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave, mas nenhum dos casos foi provocado pelo H1N1. Esse ano, foram 69 casos, sendo que 50 pacientes estão sob investigação. “Geralmente, só íamos nos preocupar com os quadros mais severos no final de maio, esse ano, percebemos que houve uma antecipação de casos”, pontuou Soares. Ele tranquiliza, no entanto, dizendo que o panorama de Salvador está sob controle. “Estamos alertando os profissionais de saúde para que estejam atentos aos desconfortos respiratórios de maior gravidade, evitando que tudo seja tratado como simples virose”, explica o representante da Secretaria Municipal de Saúde.

Com uma postura parecida, o coordenador Estadual de Imunização Ramon Saavedra lembra que a vacinação contra o H1N1 será realizada em todo o País no período de 30 de abril a 25 de maio. “A imunização é voltada para os grupos vulneráveis, mais especificamente crianças com faixa etária entre os seis meses e os cinco anos, idosos, gestantes, portadores de doenças crônicas, trabalhadores da saúde, populações indígenas e carcerária. “Nossa meta é evitar internamentos e mortes causadas pelo vírus”, completa. A vacina também está disponível na rede privada para os indivíduos que não se enquadrarem nos pré-requisitos de uso na rede pública de saúde.

Prevenção
A diretora do Hospital Couto Maia e consultora da Seimi Vacinas, Ceuci Nunes ressalta que a vacina é feita com vírus mortos e pode ser aplicada em qualquer pessoa acima dos seis meses de idade, no caso da vacina trivalente, e três anos para a vacina tetravalente. “A restrição vale apenas para os que possuem alergias aos componentes da vacina”, alerta.A vacina quadrivalente é composta por quatro vírus da gripe, o que aumenta a possibilidade de proteção, uma vez que as vacinas existentes até o momento são compostas por três vírus. A composição consiste em dois vírus influenza A (sendo um deles o H1N1) e dois da influenza B, o que amplia a proteção para a influenza sazonal, que causam surtos anualmente na Bahia, além de Salvador, os municípios de Guanambi, Vitória da Conquista (ambos com sete notificações), Feira de Santana (4 notificações) e Lauro de Freitas(6) são os que mais despertam atenção das autoridades de saúde.

A infectologista Maria Alice Sena, do Hapvida, lembra que a forma de contágio do vírus Influenza H1N1 ocorre através do contato próximo com secreções respiratórios do indivíduo (gotículas) portador do vírus, através da tosse, espirro e durante a fala. Por isso mesmo, vale investir em medidas preventivas, tais como evitar aglomerações em ambientes fechados, isolar o paciente com suspeita ou diagnóstico da gripe H1N1, utilizando máscara para o contato direto com o mesmo e o orientando a lavar frequentemente as mãos, usar lenço cobrindo a boca e o nariz, ao tossir e espirrar e vacinação da população vulnerável. “Caso haja exposição desprotegida, em indivíduos vulneráveis não vacinados ou vacinados há menos de 15 dias, depender do grau de risco, pode ser feito uso de medicamento antiviral, profilaticamente”, explica a médica.

O infectologista Claudilson Bastos, consultor do Laboratório Sabin, alerta para a importância de dar ao organismo às condições necessárias para que ele responda ao ataques dos vírus e, para tanto, o médico diz que é preciso investir numa dieta bastante saudável e no aumento da hidratação. “Repouso e até mesmo o uso de medicações prescritas para aliviar sintomas gripais vão ajudar a minimizar o quadro”, pontua, destacando que deixar os ambientes arejados ajuda a combater a infecção.

Fonte: http://www.correio24horas.com.br/detalhe/noticia/h1n1-volta-e-exige-cuidados-com-bebes-gravidas-e-idosos/?cHash=cd8603975613ee869830053c5454662e

40 idosos aprendem a usar tablets e celulares em curso da USP São Carlos

Aulas mostram a aposentados como lidar com aplicativos úteis no cotidiano.
‘Essa nova tecnologia renovou minha vida’, afirma uma das participantes.

Do G1 São Carlos e Araquarara

Curso conta com seis voluntários que ajudam na aproximação dos idosos com celulares (Foto: Carol Malandrino/G1)Curso conta com seis voluntários que ajudam os idosos com celulares (Foto: Carol Malandrino/G1)

Idosos conectados ao mundo digital através de smartphones e tablets. Essa é a proposta de um curso oferecido pelo Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP de São Carlos (SP). Com as aulas, 40 vovôs e vovós estão aprendendo a usar a tecnologia e a se “libertar” das explicações dos filhos e netos.

O objetivo do projeto é ensinar o grupo a realizar tarefas úteis no cotidiano. Os idosos levam os próprios aparelhos e aprendem a fazer chamadas telefônicas, usar aplicativos, tirar fotos, gravar vídeos, enviar e-mails e brincar com jogos. Também perdem eventuais receios.

“Eles têm muito medo de deixar o aparelho cair e não conseguir tocar no aplicativo”, exemplificou Sandra de Souza Rodrigues, de 27 anos, uma das seis voluntárias que atuam sob supervisão de dois professores. “Se eu não fizer passo a passo a coisa não anda. Eles precisam ver que não é um bicho de sete cabeças”.

Casal resolveu entrar no curso para aprender sobre as novas tecnologias (Foto: Carol Malandrino/G1)Casal resolveu entrar no curso para aprender sobre as novas tecnologias (Foto: Carol Malandrino/G1)

Dose dupla
O casal Maria Moreno Temponi, de 73 anos, e Eduardo Temponi, de 76, resolveu participar do curso para aprender um pouco mais sobre as novas tecnologias e melhorar a comunicação com a família.

Meu neto me ajuda um pouco, tem paciência, mas é complicado. Eu quero saber o básico para me comunicar com meus filhos e netos” Maria Moreno Temponi, aposentada “Meu neto me ajuda um pouco, tem paciência, mas é complicado. Eu quero saber o básico para me comunicar com meus filhos e netos”, disse Maria. “Eu ainda não fui picada pelo mosquito do celular”, completou. Foi Maria que pediu a Eduardo que participasse do curso e ele logo se acostumou. “Eu quero muito que ele aprenda. Durante o dia ele fica sem fazer nada, vai ser muito bom”, afirmou a esposa. “Eu era bancário e fui do tempo da máquina de escrever e do telefone que rodava e demorava cerca de duas horas para receber chamadas. Prefiro hoje em dia, em que as coisas estão menos complicadas”, disse Eduardo.
Idosos aprendem como usar aplicativos em celulares e tablets na USP de São Carlos (Foto: Henrique Fontes/ICMC)Idosos aprendem como usar aplicativos em celulares e tablets na USP (Foto: Henrique Fontes/ICMC)

Libertação
A aposentada Claudete Aparecida Rocha Pena, de 68 anos, está no segundo semestre do curso. Ela contou que não sabia usar os celulares mais modernos e foi aconselhada a trocar de aparelho durante uma viagem para Nova York. Agora, tem instalados aplicativos de cartões de aniversário, e-mail, YouTube, Skype, WhatsApp e jogos.

Dupla conta que tecnologia libertou dos filhos (Foto: Carol Malandrino/G1)Claudete e Acélia participam de vários grupos
no WhatsApp (Foto: Carol Malandrino/G1)

“Eu tenho alguns grupos no WhatsApp, como o de ex-alunos, amigas e família. Coloco as informações do dia, dou ‘bom dia’ e ‘boa noite’ na hora em que acordo e quando vou dormir para todos os meus contatos, converso direto sobre tudo”, relatou.

Ela também contou que, durante uma viagem, conseguiu utilizar o Google Maps para encontrar um endereço. “Meu marido ficou encantado com o aplicativo, essa nova tecnologia renovou minha vida”.

A aposentada Acélia Maria Carneiro Rodrigues, de 65 anos, teve o incentivo da filha para ingressar no curso e também elogiou as ferramentas. Ela usa o Facebook, gravador de voz, calculadora e editor de fotos e recentemente começou a interagir em grupos no WhatsApp.

Esse curso acaba sendo  uma libertação dos nossos filhos, não preciso perguntar como fazer, já aprendi” Acélia Rodrigues, aposentada “Agora converso mais pelo WhatsApp porque eu não pago. Tenho muitos grupos, como os da família, igreja e artesanato. Esse curso acaba sendo uma libertação dos nossos filhos, não preciso perguntar como fazer, já aprendi”, disse.

Como participar
Para participar é necessário ter pelo menos 60 anos. As novas turmas serão abertas no segundo semestre e é possível obter mais informações pelo telefone (16) 3373-9146 ou pelo e-mail ccex@icmc.usp.br.

Objetivo do projeto é familiarizar os idosos com uso de aplicativos  (Foto: Carol Malandrino/G1)Objetivo do projeto é familiarizar os idosos com o uso de aplicativos (Foto: Carol Malandrino/G1)

 

Fonte: g1.com- http://g1.globo.com/sp/sao-carlos-regiao/noticia/2016/03/curso-da-usp-de-sao-carlos-ensina-40-idosos-usar-tablets-e-celulares.html

Só idosos têm AVC? Sequela é para sempre? O que você sabe sobre a doença?

Durante uma visita ao Brasil, o pai do cantor Michael Jackson sofreu um Acidente Vascular Cerebral (AVC) isquêmico associado a um quadro de arritmia cardíaca. Joe Jackson ficou internado durante oito dias no Hospital Albert Einstein, em São Paulo.

O empresário norte-americano foi vítima do tipo mais comum de AVC, que é quando uma artéria do cérebro entope. O outro tipo é o hemorrágico, conhecido como derrame, que é quando um vaso se rompe e extravasa sangue para o cérebro. De acordo com a coordenadora do Departamento Científico de Doenças Cerebrovasculares, Neurologia Intervencionista e Terapia Intensiva em Neurologia da Academia Brasileira de Neurologia (ABN), Gisele Sampaio Silva, quando o paciente chega a uma unidade hospitalar dentro de 4h30 é possível tratá-lo com um medicamento chamado trombolítico, no caso do isquêmico, que desfaz o coágulo e normaliza o fluxo sanguíneo até o cérebro. Caso isto seja possível, a chance de se ter uma sequela diminui consideravelmente.

“Se o tratamento for feito de maneira rápida, se a artéria foi recanalizada rapidamente, o paciente pode sair totalmente sem sequelas”, diz a especialista.

Existem também os pequenos AVCs, chamados de lacuna, que podem ocorrer várias vezes sem que a pessoa perceba, explica o neurologista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz Leandro Gama.

Este tipo da doença, a longo prazo, pode afetar a memória do paciente. O grande problema, segundo o especialista, é que as pessoas não se atentam aos sintomas e perdem tempo para iniciar o tratamento.”Os cinco principais sinais de que se está tendo um AVC são fraqueza de um lado do corpo, dormência de um lado do corpo, perda de visão súbita, dificuldade para falar e, por último, uma forte tontura”.

Idosos

A doença não afeta exclusivamente pessoas idosas, apesar de ser mais comum em quem tem acima de 55 anos.

“Quando a gente fala em AVC em jovem, nós também apontamos casos em pessoas abaixo dos 55 anos. O fator mais comum em crianças são doenças genéticas. Já nos jovens, é a dissecção das artérias do pescoço, que é quando há uma lesão na parede do vaso que leva o sangue ao cérebro. Esta lesão pode ocorrer por causa de um trauma, por exemplo, como a batida de um carro”, diz Gama.

Entretanto, segundo Gama, os jovens possuem uma maior neuroplasticidade no cérebro, que faz com que outros neurônios cubram a função dos que morreram durante o AVC, fazendo com que o paciente se recupere em até 100%.

Segundo os especialistas, a melhor forma de se combater um AVC é a prevenção. Uma boa dieta, associada com exercícios físicos, o controle da pressão arterial, do diabetes, do colesterol e do triglicerídeo diminuem as chances de o indivíduo ter a doença. “Toda vez que a gente fala em uma prevenção, falamos tanto da primária, que é para o indivíduo nunca ter a doença, e da secundária, que é o paciente que já teve o AVC e que deve se prevenir para não ter outro”, afirma Gama.

Fonte: UOL- http://noticias.uol.com.br/saude/ultimas-noticias/redacao/2015/08/10/so-idosos-tem-avc-sequela-e-para-sempre-o-que-voce-sabe-sobre-a-doenca.htm

Trabalhadores devem se preparar para a aposentadoria, defendem especialistas

Carolina Gonçalves – Repórter da Agência Brasil

Faltavam apenas cinco anos para atingir a idade mínima para aposentadoria. A contadora Lucélia Rocha ocupava um cargo de gerência em um banco de Teresina, no Piauí, e sabia que perderia grande parte da renda se optasse por parar de trabalhar aos 48 anos. Foram meses fazendo contas, ouvindo sugestões e alertas de colegas. “Mas eu sempre quis aposentar cedo. Não queria me aposentar aos 60 anos. Queria aproveitar para viajar, passar mais tempo com minhas filhas”, conta, acrescentando que não se abalou e garante não se arrepender por ter aberto mão de quase metade do que recebia.

A aposentada Maria Lucélia Alves Rocha Vieira, com a neta (Maria Lucélia Alves Rocha Vieira/Arquivo Pessoal)
A aposentada Maria Lucélia Alves Rocha Vieira, com a neta (Maria Lucélia Alves Rocha Vieira/Arquivo Pessoal)

Lucélia começou a trabalhar com 19 anos de idade, casou aos 22, e dois anos depois já tinha a primeira filha. “Não tive tempo para fazer as coisas que gostava, como ler os livros que queria, assistir filmes. Eu estudava muito desde cedo e gostava muito do meu trabalho, mas estava certa que iria parar”, disse. A administradora explicou que se preparou psicologicamente para a aposentadoria e não se arrepende. “Queria qualidade de vida. Não pensava em renda. Hoje tenho minha primeira netinha – Ane – que está com 8 meses e posso passar muito tempo com ela”, disse.

A história da ex-gerente bancária não é comum. Muita gente não tem como contar com a renda do companheiro para optar pela aposentadoria, ou não consegue sequer se desvincular das relações profissionais.

Psicóloga, Eliene Curado, que hoje trabalha como analista de recursos humanos na Câmara dos Deputados, em Brasília, explica que, em muitos casos, as pessoas ficam perdidas nessa fase. Um dos casos é o de trabalhadores que não têm o núcleo familiar como o de Lucélia. “Temos ainda pessoas que todas as relações que mantêm são fruto das relações de trabalho, todos os seus interesses estão relacionados ao trabalho e quando este trabalho não existe mais, ela tem dificuldade de se inserir”, disse.

Eliene é uma das coordenadoras do Programa de Preparação para a Aposentadoria (Proa), criado pela Câmara há seis anos. Ela explicou que já estavam sendo feitos estudos técnicos sobre essa preparação para os servidores, mas que a iniciativa ganhou impulso quando o chefe de um dos setores da Casa pediu ajuda. “Ele percebeu um clima de ansiedade, dúvidas, que estava afetando o trabalho, as relações entre os servidores da sua área que estavam perto de se aposentar e pediu um suporte. Outros indivíduos isolados também nos procuraram”, contou.

Em oficinas semanais e palestras, os funcionários do Legislativo discutem os significados da aposentadoria, para que vençam preconceitos ou proporcionem expectativas, tratam de aspectos da saúde, recebem orientações sobre organização financeira e sobre possibilidades de ingressarem em novos projetos de vida. Recentemente, o programa passou a abordar também a questão da afetividade, sexualidade, até a inserção em redes sociais.

“Quando a gente falava de família, surgiram dúvidas sobre a redescoberta do marido ou da esposa, já que a partir dessa fase eles passam a ter mais tempo juntos e problemas que não eram abordados por falta de tempo, agora devem ser tratados. Ainda têm as pessoas que não têm parceiros e podem conhecer pessoas novas”, explicou.

Anualmente, a equipe faz um levantamento dos servidores que estão prontos para se aposentar e os que poderão parar nos próximos cinco anos. Segundo Eliene, atualmente mil servidores da Casa se enquadram nesses perfis, mas a equipe do programa é limitada e isto impede que o planejamento seja feito com funcionários que estão no início da carreira.

Para Maria Angélica Sanchez, especialista em gerontologia e presidente do Departamento de Gerontologia da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG), as empresas estão investindo mais em programas como o da Câmara, que trabalham com projetos de vida, o que tem garantido uma aposentadoria melhor.

“As pessoas se aposentam aos 65 anos, o que é muito cedo. Precisam de projetos para que aproveitem essa fase de forma mais prazerosa, mas muitos ainda voltam ao mercado de trabalho ainda que de maneira informal”, disse, ao lembrar que a população brasileira hoje tem uma estimativa de vida mais longa e com mais qualidade. Segundo ela, a capacidade produtiva pode ser estendida por um tempo maior do que em anos atrás.

Ainda que os projetos sejam mantidos, Maria Angélica defende que o planejamento para a aposentadoria seja feito já a partir do início da carreira. “Qualquer hora é importante para começar a pensar nisso e não deixar para planejar só na hora que está saindo [do emprego], até pela questão financeira. As pessoas não conseguem mais se aposentar só com seus salários e precisam fazer uma mudança radical do padrão de vida. Não é raro as pessoas voltarem a fazer cursos aos 60 ou 70 anos. Sempre é tempo, mas o ideal é que pensem nisso pelo menos 5 anos antes para se preparar para envelhecer produtiva e financeiramente bem”, completou.

A especialista em gerontologia disse que esse movimento de planejamento precoce ganhou mais velocidade nos últimos dez anos e hoje “as pessoas estão envelhecendo com mais facilidade”.

Sem estatísticas oficiais sobre os casos, Maria Angélica não crava números, mas acredita que a experiência na área mostra que essa nova consciência tem reduzido problemas como a depressão. “As pessoas têm saído do trabalho de forma muito melhor do que antes. A impressão é que com esses programas de preparação de aposentadoria, surgiu uma nova visão de velhice que não é mais significado de perda de tudo, as pessoas têm envelhecido menos tristes”.

Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostraram que 23,5 milhões de brasileiros são idosos, pessoas com mais de 60 anos. O número representa mais do que o dobro do registrado em 1991, quando esse universo somava 10,7 milhões de pessoas. Na comparação com 2009, os números levantados em 2011 revelou um aumento de 7,6% de brasileiros nessa faixa etária, ou seja, mais 1,8 milhão de pessoas.

Apesar desse cenário, que tem invertido a pirâmide social brasileira, Wadson Gama, psicólogo social e presidente do Conselho Regional de Psicologia de Goiás, disse que ainda há preconceito e resistência das pessoas em envelhecer e se aposentar. “Velhice em um sistema capitalista faz com que as pessoas se sintam excluídas. Você vive 24 horas vivenciando o trabalho mesmo quando está fora do trabalho e quando sai da vida ativa, se o indivíduo não se preparar para isso, vai se sentir preso nessas palavras e pode chegar à depressão, alcoolismo e suicídio. A vida fica sem sentido para ele”, disse.

O psicólogo, que também é entusiasta de programas de preparação promovidos pelas empresas, orienta as pessoas a descobrir, o mais cedo possível, desejos, talentos e capacidades dentro de projetos viáveis para a nova fase. “É preciso identificar o que realmente é o desejo e o que está na sua governabilidade. Às vezes o indivíduo que tem vivência na fazenda e aposenta e quer ter essa vivência do passado já não consegue mais fazer as mesmas coisas. Tem que observar o que pode realmente fazer e reinventar uma outra história para ter qualidade de vida e um envelhecimento saudável”, alertou.

Edição: Fernando Fraga

Fonte: Agencia Brasil- http://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2016-01/trabalhadores-devem-se-preparar-para-aposentadoria-defendem-especialistas